Para entender os resultados das eleições norte-americanas e não ficar na superficialidade de achar que a vitória dos democratas representa uma diminuição do conservadorismo nos EUA, é preciso ter em mente os seguintes pontos:
1) Não houve uma derrota estrondosa do Partido Republicano. Os resultados obtidos pelos democratas não foram muito animadores se lembrarmos que o presidente Bush foi massacrado pelo terrorismo midiático durantes os seis últimos anos e que os republicanos com seus diversos escândalos desacreditaram seus principais eleitores - os conservadores. Apesar desses dois fatores, que são primordiais - pois mexem diretamente com a sensibilidade da opinião pública -, os democratas obtiveram apenas uma vitória bem apertada.
2) É inegável que há entre o público conservador um descontentamento em relação ao governo Bush, pois este não cumpriu as metas e projetos que é do anseio desse eleitorado, ou seja, ao contrário do que mostra a mídia - especialmente a brasileira -não é por Bush ser conservador que está perdendo a confiança dos norte-americanos, mas é por não o ser. A vitória dos democratas - muito apertada, importante repetir- se deu por causa dos votos que ganhou dos conservadores desconsolados com os republicanos, e por apresentar alguns candidatos democratas moderados.
3) Paralelamente às eleições legislativas e ao senado, houve uma série de referendos onde o povo americano era questionado a respeito de temas como aborto, união civil entre homossexuais, manipulação embrionária... e todos esses referendos tiveram uma resposta conservadora.
4) Se de um lado a mídia diz que o único republicano muito bem sucedido foi o Schwazenegher, porque seria um conservador moderado, por outro lado vários democratas eleitos são muito menos radicais do que a mídia faz crer.
Há outros pontos além desses acima apresentados, mas creio que já é o suficiente para se ter uma visão melhor da realidade eleitoral norte-americana.
Frase
"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2006
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