Ivan Rafael de Oliveira
As noticias que se lêem do presente bem podem indicar a realidade em que vivemos, mas muitos fatos do passado nos fazem entender melhor algumas conseqüências dessa realidade. É por isso que convido o leitor a conhecer um fato pouco conhecido da história.
Não vamos voltar muito, apenas até o inicio do século XX, mais propriamente em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial.
Quando algumas complicações de guerra levaram os imperadores da Áustria-Hungria, Carlos de Habsburgo e sua esposa Zita, a fazerem visitas a seus aliados, tiveram de passar também pela Turquia. Ao chegar em Constantinopla, atual Istambul, foram recebidos pelo Sultão Otomano Mehmed V.
Qual não foi a decepção de Carlos e Zita ao se depararem com um monarca que nada correspondia com as fábulas arabescas. Um homem de pernas tortas, cujos olhos piscavam timidamente enquanto os lábios sorriam bobamente, sempre amparado por dois lacaios que o guiavam. O grão-senhor da “Sublime Porta” era um simples imbecil, que apenas tartamudeava. Sua história desafiava toda ficção.
Após essa surpresa, o guia lhes explicou o caso em poucas frases.
Abdul Hamid II foi o antecessor e irmão mais velho de Mehmed V. Também conhecido como o Sultão Vermelho por ter mandado exterminar cerca de 400 mil armênios, nos chamados massacres hamidianos. Ele não era popular devido a sua crueldade e se via cercado de inimigos que tramavam a sua deposição. Sua desconfiança voltava-se particularmente contra seu inofensivo irmão Reshid, futuro Mehmed, em que Abdul via seu provável sucessor. Uma vez que nenhum mal podia ser feito a este que era ainda um menino, tornava-se necessário destruí-lo por algum meio oculto. Matar? Prender? Torturar? Não ficaria bem. Conhecedor de todas as praticas bestiais, Abdul rapidamente descobriu a melhor solução para inutilizar o rapaz.
Reshid foi trancado numa prisão. Mas não uma prisão comum: ele ficou preso no próprio harem real. Durante nove anos o rapaz ficou a se “distrair” da única maneira possível em tal lugar. Quando finalmente o soltaram de seu orgíaco cativeiro, ele era esse pobre imbecil.
Ao concluir a história, o próprio guia afirmou que uma cela de prisão a pão e água teria feito menos mal.
***
Mas o que tem esse fato com qualquer coisa do presente? Alguém pode perguntar.
A Resposta é simples. O fato narrado é real, o desregramento moral de Mehmed produziu nele a imbecilidade. E o que houve com esse rei em larga escala, pode estar acontecendo com a sociedade atual em marcha mais lenta.
Pelo acompanhamento diário das notícias não nos faltam exemplos para ver o quanto a imoralidade, a pornografia e a promiscuidade vão se tornando cada dia mais corrente e aberto na sociedade. As próprias crianças vão sendo acostumadas a essas coisas cada vez mais cedo. Basta ver como são os programas do governo que tratam do assunto a pretexto da prevenção da AIDS, o modo como essas coisas são tratadas por despudorados professores escolares, a apresentação das propagandas comerciais em todos os ramos da mídia, e até mesmo o modo como muitas vezes os próprios pais ensinam aos filhos.
Concomitantemente a capacidade de concentração das atuais gerações vai minguando – que o confirmem os professores!
Haveria realmente alguma ligação da imoralidade com a “burrificação” da sociedade?
Coincidência ou não, as duas estão caminhando. E a sociedade vai tomando o rumo do pobre imbecil, Mehmed V.
6 comentários:
Basta ver o que vem acontecendo com a corte britânica. De escândalo em escândalo, a monarquia inglesa vem se deteriorando, como ocorreu a todas, em toda história, sem exceção. A exploração dos seus semelhantes, a promiscuidade, as traições, os crimes bárbaros, foram levando esses ociosos atávicos ao ponto máximo da decadência, moral e material.
Pelo jeito as repúblicas - como a do Brasil - são um poço de pureza, honestidade e trabalho duro pelo bem comum!
Acho que eu conheci esse príncipe citado no brilhante artigo.
Era um tal de não sei o que lá Câmara.
Parece que agora,vive longe do harém e passa seu tempo fazendo comentários em Blogs da rede.
E pelos comentários,comprova-se a falta de energia nervosa,mostrando ter um cérebro atrofiado pelos constantes e ininterruptos desperdícios da energia vital.
Não se interessa mais por mulheres,pois enjoou do que considerava seus brinquedinhos,passou a se entregar aos homens devido a sua atitude passiva fruto da completa falta de energia nervosa.
Parece que também é acionista de uma empresa,uma tal de Boston Medical Group.
Enfim,pelo seu sorriso e o jeito que olhava para mim,foi mais do que prudente,eu "sartar de banda" o mais rápido possível de sua presença.
Ah sim,ia-me esquecendo...tinha um jegue em sociedade com o Lula!
O equilíbrio reinante no continente Europeu no tempo da Idade Média,sofreu abalos consideráveis,causados pelas invasões Muçulmanas,sendo a grande Europa,contaminada por costumes orientais e por gente do caráter de um Mehmed,daí ao desastre republicano,levou pouco tempo.
Energia Vital? Puxa, como você é realmente conservador. Essa teoria tem mais de um século que foi abandonada. Está mais próxima da alguimia do que da energia nuclear...
Sim,os alquimistas falavam de uma energia que dava suporte à vida,derivada de uma especialização das substâncias absorvidas do alimento,ar e luz solar.Isso foi comprovado posteriormente.
A energia nuclear é de uma concepção mais antiga do que os Alquimistas do período moderno e estes sabiam pouco se comparados aos monges medievais.
No extremo oriente,a energia vital é conhecida e sua existência é estudada até hoje.
Está certo,no Ocidente,energia vital é um termo com interpretação um tanto confusa e imprecisa.
Mesmo levando-se em consideração a atual teoria materialista,pode-se chegar a conclusão de que,uma atividade sexual muito intensa,antes do tempo necessário para a completa formação do corpo,atrapalha o seu desenvolvimento.
No caso de Mehmed,somam-se outros fatores que o conduziram ao estado de fraqueza física e moral,entre eles,a falta de atividades intelectuais e físicas.
Se você plantar uma semente fraca em uma terra pobre,não terá bom fruto,além de desperdiçar a semente e a terra...
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