Frase

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 2011

Com porvir incerto, índia macuxi recorre a "Exterminador do Futuro"

Autor: Edson   |   13:07   Seja o primeiro a comentar

Brasil. Ano 2011. A desolação tomou conta. As máquinas estatais dominam todo território indígena na Amazônia. Os pobres silvícolas são subjugados por uma ideologia binária, feita em laboratórios universitários. A esperança começa a definhar. A índia Avelina Pereira está com noventa anos e as coisas parecem que não vão para frente. A reação nacional está cada vez mais difícil.


Avelina da tribo Macuxi é a guardiã da espada de Rondon que um Marechal - Candido Mariano da Silva Rondon -, demarcando as fronteira brasileiras, deixou para ela em sinal de amizade.

A anciã macuxi vê atualmente sua tribo forçada a viver na pobreza e separada dos demais habitantes de seu país (em outro lugar as máquinas chamam isso de Apartheid, mas aqui parece que elas preferem chamar de "demarcações de terras indígenas").

Quando Avelina não tem mais a quem recorrer, eis que algo estranho acontece. De repente, um vento forte sopra e do meio de um clarão ela vê surgir um guerreiro usando um óculos preto. Avelina retoma ânimo e vai com os demais líderes da tribo ao encontro dele.

- Vim da América para ajudá-los - disse o desconhecido com uma voz mecânica.

Os índios muito intuitivos perceberam que o cara pálida não lhes faria mal. Apresentam a ele, então, a espada de Rondon e lhe disseram:

- Guerreiro Americano, que vive na América como nós, saudações.

Ao que ele responde:

- Embora pareça, não sou humano, mas sim um robô programado para ajudá-los. Fui enviado do futuro na tentativa de evitar o pior que está por vir. Se nada intervier, vosso povo será escravizado ainda mais pelas máquinas estatais. Vocês viverão como em um zoológico humano para que antropólogos - agentes das máquinas - possam ver suas teorias realizadas.

Os índios ouvem tudo sem muito espanto, pois já podiam entrever essa situação.

- Meu banco de dados não comporta informações sobre essa espada, o que se trata? - afirmou o robô sem alterar a fisionomia facial.

- A espada que Rondon deixou em Roraima representa amizade, união e solidariedade; jamais a beligerância e a intransigência étnica. Além disso, a presença do grande desbravador entre nós [Marechal Rondon] marca a época em que muitos do meu povo vestiram roupas pela primeira vez e podemos nos proteger do frio e das picadas de insetos. Vivíamos em paz: índios, caboclos, colonos, viajantes. Até que determinados religiosos decidiram implantar a discórdia e o racismo em nome de Deus e de Jesus Cristo.

- Sim, disse o robô, esses agentes das máquinas estatais são programados com alta tecnologia, o banco de dados deles inclui subrotinas de psicologia, o que os tornam capazes de utilizar um discurso religioso para realizar sua meta de dominação mundial. Eles querem criar um "homem novo" adequado ao mundo que as máquinas idealizaram, e sua tribo servirá como cobaia.

- É exatamente isso que está ocorrendo. Na Raposa/Serra do Sol, na Missão do Surumu, índios do meu povo foram doutrinados para praticar a injustiça a fim de expulsar muitos cidadãos brasileiros que lá viviam. E, com a conivência de instituições brasileiras, usaram a polícia para separar famílias em índios e não índios, desprezando a relação ancestral de parentesco entre índios e não índios, ribeirinhos, mestiços em geral, não só em Roraima, mas em todo o Brasil; usando apenas o olhar da discriminação; sem nenhum critério científico para distinguir índio de não índio. Destruíram casamentos, separaram maridos de suas mulheres e de seus filhos, criando feridas que jamais serão saradas, num dantesco gesto de desumanidade.

- O Deus do ocidente - continuou Avelina - prega o amor, a união, não o ódio nem a separação de povos. Por isso, vimos nos unir a você, Guerreiro, Para, juntos, combatermos a coação, a injustiça, a violência com que demarcam terras indígenas só para atender a metas propostas.

- Somos humanos, somos irmãos, somos parentes - disse outro índio que acompanhava Avelina. Temos inteligência, emoção e vontade própria. Por que impor aos índios uma vida diferente e precária? Por trás disso, está a ambição da máquina estatal, não a preservação das nossas culturas

- Escolhemos o Guerreiro Americano para levar nossa mensagem, na esperança de que as organizações nacionais e estrangeiras reflitam, quando ainda há tempo, sobre o que é imposto aos povos indígenas, aos amazônidas em geral e ao país onde vivem nossos compatriotas. Grande guerreiro americano, nós precisamos e nós acreditamos em você… - disse Avelina emocionada.

O guerreiro, então, saiu com a missão de conseguir apoio externo para ajudar nossos índios. Será que ele cumprirá sua missão?

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A história acima é uma adaptação do filme "O exterminador do Futuro" onde um robô é enviado ao passado por pessoas que lutam contra máquinas dotadas de inteligência artificial que dominaram o mundo e visam eliminar todo ser-humano. O robô tem a missão de exterminar as causas que no passado fizeram advir tal futuro sinistro.

No dia 24 de março de 2011, a índia macuxi Avelina Pereira e outros integrantes de sua tribo apresentaram a espada de Rondon ao ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger (que fez o papel do robô no filme "O Exterminador do Futuro"), na abertura do 2° Fórum Mundial de Sustentabilidade ocorrido em Manaus. Também entregaram a ele uma “Carta Aberta” onde denunciam a ideologia e os problemas causados pela demarcação contínua da Terra Indígena Raposa e Serra do Sol.

Os diáologos dos indios foram extraídos e adaptados do texto da "Carta Aberta", cujo conteúdo na íntegra pode ser lido aqui.

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