O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu em São Paulo, no dia 29 de novembro último, uma homenagem à Princesa Isabel, a Redentora, para assinalar o 90º aniversário do falecimento daquela grande figura da História pátria, ocorrido no precedente dia 14.
O evento realizou-se no Hotel Golden Tulip, nos Jardins, sob a direção do engenheiro Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto, e teve como expositores o Príncipe Imperial do Brasil, D. Bertrand de Orleans e Bragança, bisneto da homenageada, o historiador Hermes Rodrigues Nery e o pesquisador José Carlos Sepúlveda da Fonseca (*).
Destacaram-se pela presença o Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança [no centro da foto acima], Chefe da Casa Imperial do Brasil — a quem a sessão foi dedicada —, seu irmão e cunhada os Príncipes D. Antonio de Orleans e Bragança e D. Christine de Ligne de Orleans e Bragança, bem como o Príncipe D. Casimiro de Bourbon-Siciles, primo dos precedentes.
Ante duas centenas de participantes, que incluíam sacerdotes, professores, estudiosos, militares, integrantes de Institutos de vida consagrada, pessoas da sociedade paulista, os conferencistas discorreram sobre aspectos da vida e atuação da Princesa ¾ três vezes Regente no Segundo Reinado ¾ com destaque para a constatação de suas virtudes, tanto no âmbito privado quanto na esfera pública.
O Prof. Nery focalizou a salutar mudança ocorrida em décadas recentes na historiografia brasileira, com o abandono dos desgastados cânones positivistas impostos na República e a prevalência do rigor científico na pesquisa das fontes, resultando assim, no caso da Princesa Isabel, no esboçar de um vulto de grande valor humano, espiritual e político.
Tais predicados se manifestaram claramente na campanha pela abolição, na qual a religiosidade católica ¾ por ela claramente assumida ¾ se constituiu no arco que ligava proprietários abolicionistas, negros alforriados e escravos devotos de Nossa Senhora do Rosário, num mesmo anelo que afinal prevaleceu na promulgação da Lei Áurea, isolado o abolicionismo insurgente, de menor expressão.
O conferencista propugnou ainda a beatificação da Princesa Isabel.
Mostrou, citando Alocuções papais que fundamentam aquele célebre livro, que, pelo contrário, nobre é quem coloca o bem comum acima do próprio, constituindo-se em fator de aprimoramento e elevação para toda a sociedade. E que, no caso particular de nosso País, o caráter familiar da Monarquia, tão bem encarnado no Imperador D. Pedro II, influenciou a fundo a sociedade brasileira impregnando-a de bondade e respeitabilidade.
O Príncipe D. Bertrand (foto acima) ressaltou inicialmente a estreita ligação existente entre a Princesa Isabel e os troncos familiares de que descendia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, bem como o relevante papel deste na formação doutrinária de seu irmão D. Luiz e dele próprio. A seguir relatou episódios tocantes e encantadores da vida da Princesa, reveladores de sua personalidade profundamente católica.
Cocktail |
A presença nobre e afável da Princesa Isabel como que se fez sentir no coquetel servido a seguir, que reteve longamente, em entretido convívio, a maior parte dos presentes, desejosos de prolongar no intercâmbio de impressões o tocante efeito que o conjunto das intervenções havia produzido.
Pedida a abertura do processo de beatificação
“Quero morrer na Religião Católica, Apostólica, Romana, no amor de Deus e nos dos meus e de minha Pátria” (Palavras da Princesa Isabel em seu testamento). |
Acolhendo comprazido a solicitação, Dom Orani explicou que a primeira providência para dar início ao processo será um contato com a Arquidiocese de Paris, onde faleceu a Princesa Isabel em 14 de novembro de 1921, seguida da constituição uma Comissão para o início dos estudos e pesquisas, sob a supervisão de Dom Roberto Lopes, OSB, Vigário Episcopal para a Vida Consagrada da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Ao centro, a Princesa de Ligne, D. Christine de Ligne de Orleans e Bragança |
Segundo da esquerda para direita: Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil. |
Príncipe D. Antonio de Orleans e Bragança. |
Da esquerda para direita: meu amigo Júlio Tognetti, Príncipe D. Antonio de Orleans e Bragança, Cel. Tognetti e Edson Carlos de Oliveira. |
0 comentários:
Postar um comentário