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"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2011

Tributo à princesa Isabel no 90º ano de seu falecimento

Autor: Edson   |   13:11   Seja o primeiro a comentar

Princesa Isabel, Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu em São Paulo, no dia 29 de novembro último, uma homenagem à Princesa Isabel, a Redentora, para assinalar o 90º aniversário do falecimento daquela grande figura da História pátria, ocorrido no precedente dia 14.

O evento realizou-se no Hotel Golden Tulip, nos Jardins, sob a direção do engenheiro Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto, e teve como expositores o Príncipe Imperial do Brasil, D. Bertrand de Orleans e Bragança, bisneto da homenageada, o historiador Hermes Rodrigues Nery e o pesquisador José Carlos Sepúlveda da Fonseca (*).

Destacaram-se pela presença o Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança [no centro da foto acima], Chefe da Casa Imperial do Brasil — a quem a sessão foi dedicada , seu irmão e cunhada os Príncipes D. Antonio de Orleans e Bragança e D. Christine de Ligne de Orleans e Bragança, bem como o Príncipe D. Casimiro de Bourbon-Siciles, primo dos precedentes.

Ante duas centenas de participantes, que incluíam sacerdotes, professores, estudiosos, militares, integrantes de Institutos de vida consagrada, pessoas da sociedade paulista, os conferencistas discorreram sobre aspectos da vida e atuação da Princesa ¾ três vezes Regente no Segundo Reinado ¾ com destaque para a constatação de suas virtudes, tanto no âmbito privado quanto na esfera pública.

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O Prof. Nery focalizou a salutar mudança ocorrida em décadas recentes na historiografia brasileira, com o abandono dos desgastados cânones positivistas impostos na República e a prevalência do rigor científico na pesquisa das fontes, resultando assim, no caso da Princesa Isabel, no esboçar de um vulto de grande valor humano, espiritual e político.

Tais predicados se manifestaram claramente na campanha pela abolição, na qual a religiosidade católica ¾ por ela claramente assumida ¾ se constituiu no arco que ligava proprietários abolicionistas, negros alforriados e escravos devotos de Nossa Senhora do Rosário, num mesmo anelo que afinal prevaleceu na promulgação da Lei Áurea, isolado o abolicionismo insurgente, de menor expressão.
O conferencista propugnou ainda a beatificação da Princesa Isabel.


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O Sr. Sepúlveda da Fonseca ¾ membro da Comissão de Pesquisa que auxiliou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na elaboração da obra Nobreza e Elites Análogas nas Alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana ¾ discorreu sobre a dificuldade que o conceito de “nobreza” e, por extensão, o de “realeza”, pode representar para algumas pessoas, por uma equivocada associação dessas categorias sociais com a injustiça, o egoísmo, a insensibilidade.

Mostrou, citando Alocuções papais que fundamentam aquele célebre livro, que, pelo contrário, nobre é quem coloca o bem comum acima do próprio, constituindo-se em fator de aprimoramento e elevação para toda a sociedade. E que, no caso particular de nosso País, o caráter familiar da Monarquia, tão bem encarnado no Imperador D. Pedro II, influenciou a fundo a sociedade brasileira impregnando-a de bondade e respeitabilidade.

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O Príncipe D. Bertrand (foto acima) ressaltou inicialmente a estreita ligação existente entre a Princesa Isabel e os troncos familiares de que descendia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, bem como o relevante papel deste na formação doutrinária de seu irmão D. Luiz e dele próprio. A seguir relatou episódios tocantes e encantadores da vida da Princesa, reveladores de sua personalidade profundamente católica.


Cocktail
Por fim, o moderador da sessão, Dr. Mario Navarro da Costa, Diretor de Campanhas do IPCO, aportou o precioso contributo de duas relíquias de família, peças de correspondência da Redentora, já no exílio, impregnadas de militante sentido religioso.

A presença nobre e afável da Princesa Isabel como que se fez sentir no coquetel servido a seguir, que reteve longamente, em entretido convívio, a maior parte dos presentes, desejosos de prolongar no intercâmbio de impressões o tocante efeito que o conjunto das intervenções havia produzido.

Pedida a abertura do processo de beatificação

“Quero morrer na Religião Católica,
Apostólica, Romana, no amor de
Deus e nos dos meus e de
minha Pátria” (Palavras da Princesa
 Isabel em seu testamento).
No dia 19 de outubro último foi apresentado à Autoridade Eclesiástica o pedido de beatificação da Princesa D. Isabel Cristina de Orleans e Bragança.  Em audiência com o Exmo. Sr. Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, e na companhia do Príncipe D. Antonio de Orleans e Bragança, bisneto da Princesa, uma comissão constituída pelo Prof. Hermes Rodrigues Nery, Coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida, de Taubaté e pela Sra. Mariângela Consoli de Oliveira, da Associação Nacional Pró-Vida, de Brasília entregou carta solicitando formalmente a abertura do processo canônico de reconhecimento das virtudes daquela que inúmeros brasileiros, e notadamente os descendentes de escravos libertos, veneram como “A Redentora”.

Acolhendo comprazido a solicitação, Dom Orani explicou que a primeira providência para dar início ao processo será um contato com a Arquidiocese de Paris, onde faleceu a Princesa Isabel em 14 de novembro de 1921, seguida da constituição uma Comissão para o início dos estudos e pesquisas, sob a supervisão de Dom Roberto Lopes, OSB, Vigário Episcopal para a Vida Consagrada da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Ao centro, a Princesa de Ligne,
D. Christine de Ligne de Orleans e Bragança
Segundo da esquerda para direita: Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança,
 Chefe da Casa Imperial do Brasil.


Príncipe D. Antonio de Orleans e Bragança.
Da esquerda para direita: meu amigo Júlio Tognetti, Príncipe D. Antonio de
Orleans e Bragança, Cel. Tognetti e Edson Carlos de Oliveira. 



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