Pesquisando algumas informações a fim de responder à questão colocada por Conceição Pires — na página própria para comentários referentes à matéria em meu blog pessoal (Blog da Família Católica) “Tendo em vista o ‘Processo de Autodemolição’ e a ‘Fumaça de Satanás’, os católicos desejam uma coisa: CLAREZA” —, encontrei alguns documentos. Lendo-os, julguei que seria interessante fazer um post com a pergunta e minha resposta, pois seria de algum proveito não apenas para a comentarista, mas também para os demais leitores de nosso blog. Aqui segue:
“Falar de “autodemolição” e de “fumaça de satanás” na época do papa Paulo VI vá lá. Isto em 1978 até que concordo, mas não concordo em falar disso agora. Esses problemas não foram resolvidos com os papados seguintes? Em qualquer caso, classifico-me como uma pessoa que acha importante rezar para que nenhuma fumaça de satanás consiga diminuir a importância da Igreja Católica”. Conceição Pires.
Seria uma enorme satisfação poder comunicar que a “autodemolição” e a “fumaça de satanás no templo de Deus” — expressões do Papa Paulo VI analisadas por Plinio Corrêa de Oliveira em seu memorável artigo CLAREZA (“Folha de S. Paulo”, 16-8-78) — não constituem mais problemas em nossos dias.
Pelo contrário, de lá para cá os problemas não fizeram infelizmente senão crescer. Basta atentar para o esvaziamento dos templos católicos em decorrência das funestas inovações conciliares, que facilitaram a expansão dos evangélicos. Com o falacioso pretexto de atrair o povo, afastaram-no mediante a modernização das Igrejas e das cerimônias religiosas, como se os fieis não estivessem sedentos das tradições que os padres progressistas aboliram. Estes, afinados no diapasão da “Teologia da Libertação”, transformaram a Santa Igreja de Deus numa verdadeira “Torre de Babel” — na qual reina muita confusão e as pessoas, mãozinhas para o alto, falam e cantam aos berros, tocam qualquer instrumento cacofônico, entram vestidas (ou desvestidas) de qualquer jeito...
Igrejas modernizadas, cerimônias religiosas dessacralizadas |
Devido à crise da Igreja em seus dias, também João Paulo II e Bento XVI alertaram para os mesmos trágicos problemas.
João Paulo II quando declarou em 1981 que “foram difundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebeliões; alterou-se até a Liturgia”.
João Paulo II quando declarou em 1981 que “foram difundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebeliões; alterou-se até a Liturgia”.
Pouco antes de ser eleito Papa, em 2005, comentando a IX Estação da Via Sacra, o futuro Bento XVI escreveu (como ainda hoje li no site do Vaticano): “Deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento. [...] Quantas vezes se contorce e abusa da sua Palavra [de Nosso Senhor Jesus Cristo]. Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta auto-suficiência! [...] Senhor, muitas vezes a vossa Igreja parece-nos uma barca que está para afundar, uma barca que mete água por todos os lados. E mesmo no vosso campo de trigo, vemos mais cizânia que trigo. O vestido e o rosto tão sujos da vossa Igreja horrorizam-nos. Mas somos nós mesmos que os sujamos! Somos nós mesmos que Vos traímos sempre, depois de todas as nossas grandes palavras, os nossos grandes gestos”.
Como nossa missivista, Conceição Pires, pode ver, são os mesmos problemas registrados por Paulo VI em seu tempo. Mas é preciso reconhecer que ela tem razão ao escrever que acha “importante rezar para que nenhuma fumaça de satanás consiga diminuir a importância da Igreja Católica”.
Estamos às vésperas de um novo Conclave que escolherá o Papa sucessor de Bento XVI. Rezemos empenhadamente para que o Sacro Colégio dos Cardeais seja dócil à inspiração do Espírito Santo e, assim, o próximo Romano Pontífice tenha a força e a virtude necessárias para fazer cessar o desastroso "processo de autodemolição"; extinguir a maldita "fumaça de satanás" que penetrou no Templo de Deus; restaurar a Igreja e impulsionar o mundo inteiro rumo ao magnífico renascimento da Civilização Cristã.
Imagem de São Pedro na Praça que leva seu nome, em Roma |
A Igreja, santa e imortal, poderá passar por períodos de graves crises — como acontece atualmente nesta crise sem precedentes — mas devemos ter a absoluta certeza de que Ela sairá vitoriosa, pois que a assiste o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, que afirmou: “E eu digo-te que tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (São Mateus 16, 19).
3 comentários:
Muito elucidativa a resposta dada pelo autor do blog à pergunta formulada. Roguemos à Trindade Santíssima para que o Colégio cardinalício escolha um nome à altura e santidade da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Poderíamos lançar Dom Tomaz Balduíno, ou Dom Pedro Casaldáglia, e teríamos uma igreja sem escândalos, D. Pimenta Dourada.
Dom Tomaz Beduino e Dom Pedro Caixadágua...
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