Frase

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, terça-feira, 16 de julho de 2013

E depois do pós-pós-modernismo?

Autor: Unknown   |   11:35   2 comentários

Museu Guggenheim Bilbao, estilo pós-moderno. Concebido pelo arquiteto FranSSk Gehry, e terminado em 1997.
Museu Guggenheim Bilbao, estilo pós-moderno.
 Concebido pelo arquiteto FranSSk Gehry, e terminado em 1997.

Outro dia fiquei com pena. Vi o letreiro de uma inocente loja que pretendia fazer propaganda dizendo: aqui TAL SERVIÇO MODERNO. Será que o proprietário não percebe que esse letreiro exala um ligeiro perfume de coisa fora de moda e antiquada? Lembra os meados do século XX, quando o adjetivo “moderno” dava prestígio ao que quer que fosse.

Digamos que alguém lançasse um jornal com o título: “Diário moderno”. Será que teria boa saída? Ou os passantes indagariam: para que comprar um jornal com notícias de anteontem? É paradoxal, mas é assim.

O moderno ficou antiquado. Algo está girando em falso neste círculo vicioso...

Alguns contemporâneos nossos se autodenominam pós-modernos. Eles parecem estar dizendo: viremos a página, vamos para uma coisa nova. Miséria extrema das coisas humanas, o pós-moderno, até ele, já começou a exibir pequenas rugas e cabelos brancos. Será que ele também vai ficar antiquado, como o moderno?

E em seguida? Virá talvez o “hipermoderno”?[1] Que nada mais é que o pós-pós-pósmoderno...

Estas multidões conservadoras que recentemente e por três vezes se mostraram em Paris aos milhões, que pensarão da modernidade vista assim?

Basta! desta instabilidade rumo a um ponto desconhecido que ninguém sabe o que é, e que sempre fica antiquado, todos estamos fartos!

A natureza humana pede estabilidade. Que obviamente não pode ser definida como imobilidade absoluta. Diz Plinio Corrêa de Oliveira, que “esta estabilidade é dinâmica, não inerte. É um zig-zag da ação e do repouso. É a estabilidade móvel na mesma rota. Tradição é precisamente esta estabilidade móvel na mesma rota.”

Como é a anti-estabilidade, ou instabilidade agitada?

“Tudo quanto existe deve ser visto com antipatia, por amor ao que vai existir, e deve ser destruído sempre que se consegue fazer com que deixe de ser indispensável. O futuro degola o presente como o presente degolou o passado.

Ele conclui: “Na tradição é o contrário. O passado preparou o presente, o presente protege o passado, o passado e o presente elaboram o futuro”.

A estabilidade é conservadora. E por isso, e por amor à estabilidade móvel na mesma rota, sou conservador.


[1] Gilles Lipovetsky.

2 comentários:

Uma correção, Museu Guggenheim em Bilbao não é pós moderno, o seu estilo é desconstrutivista, caracterizada originalmente por um procedimento reverso ao da composição, que disseminou-se e se estabeleceu como um processo compositivo no qual a lógica, a razão, e as tradicionais noções tectônicas são desestabilizadas

A modernidade, nas artes, é a mediocridade materializada. Uma obra de arte em pintura, literatura, escultura, arquitetura, poesia, música ou dança, permanece para sempre porque extasia o admirador. É uma obra de arte porque foi elaborada por um gênio, um superdotado. A técnica, o método, o trabalho, são o de menos para o verdadeiro
artista. Para o medíocre eles são o problema: não os domina, tem dificuldades. Não é um verdadeiro artista. Então ele cospe tinta numa tela, esculpe uma berinjela no mármore, erige um caixote ou uma forma de pudim, como a catedral de Brasília, escreve uma melodia ridícula ou um romance sem pé nem cabeça, dança na calçada de cabeça para baixo e as pessoas que assistiram ao desfile do Rei Nu aplaudem,elogiam e fingem achar aquele lixo uma coisa genial.