Frase

"A Revolução Francesa começou com a declaração dos direitos do homem, e só terminará com a declaração dos direitos de Deus." (de Bonald).
São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2013

Concórdia social, sim; luta de classes, não!

Autor: Paulo Roberto Campos   |   11:58   6 comentários

A igreja não exclui ninguém, fazendo a opção por todas classes sociais, nobres ou pobres, como é representado neste quadro “Saindo da Igreja”, do pintor espanhol Raimundo de Madrazo y Garreta(1841-1920). No quadro notam-se pessoas de diversas classes sociais, desde a pobre mulher cega, pedindo esmola sentada junto à porta, até ricas senhoras elegantemente vestidas.

Harmonia entre opção preferencial pelos pobres e opção preferencial por todas as elites 


Movimentos comprometidos com a “esquerda católica”, especialmente os simpáticos à Teologia da Libertação, tentam “exumar” velhos sofismas para interpretar equivocadamente o conceito de “opção preferencial pelos pobres”.

A esse propósito, cabe lembrar que, a pretexto da luta pela proteção dos pobres, o comunismo subjugou diversos países, entre os quais Cuba, que por mais de 50 anos jaz na mais negra miséria. Dessa mesma pobre Cuba, da qual o atual governo brasileiro pretende “importar” seis mil médicos, cuja atuação em nosso território causará a pior das epidemias: a disseminação do vírus das ideias comunistas.

Contrariamente à doutrina da Teologia da Libertação, no primeiro capítulo da obra Nobreza e elites tradicionais análogas (1993), Plinio Corrêa de Oliveira escreve: “Na nossa época, na qual tão necessária se tornou a opção preferencial pelos pobres, também se faz indispensável uma opção preferencial pelos nobres, desde que incluídas nesta expressão também outras elites tradicionais expostas ao risco de desaparecimento e dignas de apoio”. [ao lado capa da obra]

A autêntica doutrina católica sempre ensinou a legitimidade da desigualdade entre as classes sociais e a harmonia que deve reinar entre elas, assim como, invariavelmente, condenou a luta de classes. É o que destaca o trecho a seguir, extraído das primeiras páginas de Nobreza e elites tradicionais análogas, explicando o que é propriamente a “opção preferencial”:

“A opção preferencial pelos nobres e a opção preferencial pelos pobres não se excluem, e menos ainda se combatem, segundo ensina João Paulo II: ‘Sim, a Igreja faz sua a opção preferencial pelos pobres. Uma opção preferencial, note-se, não, portanto, uma opção exclusiva ou excludente, porque a mensagem da salvação é destinada a todos’. 

“Essas diversas opções são modos de manifestação do senso da justiça ou da caridade cristã, que só podem irmanar-se no serviço do mesmo Senhor, Jesus Cristo, que foi o modelo dos nobres e modelo dos pobres, segundo nos ensinam com insistência os Romanos Pontífices”. 

Compreendemos, com esse esclarecimento, o quanto equivocado e doutrinariamente falso é o conceito de luta de classes reivindicada pelo marxismo e pregada pela “esquerda católica”, pois a “opção preferencial” não é exclusivista.

Compreendemos também que os intelectuais miserabilistas da “teologia da libertação” não atuam em prol do povo autêntico, nem o entendeu, pois as camadas populares desejam viver em harmonia com as diversas classes sociais e não num clima de “luta de classe”.

Entendeu com sutileza esse tema o carnavalesco Joãozinho Trinta quando, em 1978, afirmou “O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual”. É por isso que, se de um lado observa-se a flagrante imoralidade carnavalesca, nota-se também, no carnaval, fantasias de príncipes, princesas, reis e rainhas, com seus coloridos mantos e coroas douradas.

6 comentários:

a cena retratada no quadro não mostra fraternidade social. estas senhoras ricas jamais serão amigas da mendiga. Na verdade sempre houve certo desprezo pelos pobres. Se dá a esmola e pronto. E isto para descarga de consciência. A Caridade cristã é amar o outro como o irmão. E o irmão não suporta que outro esteja na miséria mendigando em portas da Igreja e isto não é comunismo é cristianismo puro.mas o leva a libertar-se da miséria.

A distribuição de maigalhas e restos é uma postura anti-critã cultivada pelas nossas elites coloniais e pelo medievo asqueroso tão exultado por escravagistas que se travestem de cristãos. Quem gosta de luxo é fútil. Cristão é solidário, não explora 1000 para devolver 1 em forma de "caridade".

É fácil dizer que a desigualdade social é legítima se vc têm o que comer, vestir, onde morar, não passa necessidade...

Para refutar as objeções igualitária (comentários acima) faço uso do episódio que transcrevo abaixo. Ver-se-á que o meio de elevar as classes baixas é favorecendo as desigualdades harmônicas. Esta arenga de implantação do igualitarismo para favorecer os mais pobres só produziu desastres ao longo da história. Um só exemplo: Cuba. Pregou-se a igualdade social, resultado: igualitarismo por baixo, todos ficaram pobres — com exceção, é claro, dos ditadores comunistas, que estão riquíssimos à custa da miséria de todo o povo.
O fato abaixo transcrito desmonta o quanto o igualitarismo socialista é sinônimo de fracasso; transformando os ricos em pobres; e os pobres em miseráveis. Uma sociedade onde reina a extrema pobreza.

“Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que Adrian Rogers (1931 – 2005) nunca repetiu um só aluno antes, mas tinha, uma vez, repetido uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e ‘justo’.
O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas em testes.”
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e, portanto seriam ‘justas. ‘ Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém repetiria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um A…
Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam Bs. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média dos testes foi D.
Ninguém gostou.
Depois do terceiro teste, a média geral foi um F.
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram… Para sua total surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
“Quando a recompensa é grande”, ele disse, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.”
Eis aí o fruto fracassado do sistema igualitário!

O professor (primeiro comentário) diz que o quadro não retrata fraternidade social. Ora, o que ele queria de senhoras saindo de igrejas e deparando-se com uma mendiga? O fato delas atenderem ao apelo IMEDIATO da pedinte não implica, por si só, em "desprezo pelos pobres". Aliás, o conceito de CARIDADE CRISTÃ inclui não fazer prejulgamentos, como afirmar que as senhoras jamais serão amigas da mendiga, que deram a esmola apenas por "descarga" (sic) de consciência.

Aliás, professor, o senhor diz que caridade cristã é amar o outro como o irmão. Imagino que o senhor inclui nos "outros" as "senhoras ricas" que só mereceram do senhor um julgamento antecipado com base num único momento, desconhecendo por outro lado toda a vida delas. Já pensou se alguém também prejulga o senhor como mais um marxista hipócrita, falando de amor aos outros enquanto nutre um ódio de classe contra os "ricos", bem típico dessa ideologia anticristã.

Se o comentário do professor teve alguma substância para se replicar, é quase difícil fazer o mesmo com as intervenções anônimas, na verdade um punhado de falácias e clichês pseudo cristãos.

O primeiro deles, repetindo clichês inculcados à exaustão por professores e EStoradores marxistas,fala de "elites coloniais" e de "medievos asquerosos". Asquerosos, de fato,são certos "muderninhos" que se apressam em xingar quem simplesmente dá uma esmola de "escravagistas que se travestem de cristãos". Bom, mas pelo menos, esperemos que ele aplique isso ao governo esquerdista de um certo país sulamericano, que há mais de uma década distribui uma migalha a título de combater a miséria, criando, ao invés, uma legião de vagabundos parasitas sociais, viciados em receber dinheiro público sem nenhuma contrapartida e, por isso, dispostos a manter o lixo esquerdista (redundância) que domina o país, o maior curral eleitoral concebido nestas bandas.

Depois, a falácia da falsa relação. O fato de uma senhora dar esmola a uma mendiga QUE A PEDE não implica em que aquela "explore 1000 para devolver 1". Falácia similar ao do outro anônimo. Quando se falar que desigualdade social é legítima, isto não está significando concordância com a miséria. O problema do analfabetismo funcional que impera no Brasil é que normalmente as pessoas transitam entre extremos: se alguém se posiciona contra o igualitarismo, então esse alguém defende que haja pessoas passando necessidades. Não entra na mente diminuta desses sujeitos que é possível haver desigualdade em que os extratos menos favorecidos possuam qualidade de vida acima, até, do mero nível de subsistência.

Por fim, em acréscimo ao comentário do Paulo Roberto Campos, lembro que o marxismo e seu derivado estúpido, o "pobrismo", consiste numa das maiores amostras de charlatanismo intelectual da humanidade. De fato, a turminha bem doutrinada nos cânones de Marx, Engels et caterva brada por distribuição de renda, que a experiência e a história mostram abundantemente ser, no fim, a socialização da miséria e da mediocridade, mantida sempre por um estado totalitário. Mas o interesssante é que quando se trata de distribuir, também igualitariamente, RISCOS e PREJUÍZOS, aí não, né, joão! Nesse momento, desaparecem os pobres necessitados de socialismo e tudo cai nas mãos dos odiados "ricos". Marxismo é tão engraçadinho, não?

Acho que o autor (e os "conservadores" de internet) não sacaram que "socialismo comunista" acabou, morreu, né? E que "liberalismo econômico", "anarcocapitalismo", "minarquismo" et caterva não são as únicas alternativas... Vide Suécia, Noruega, Dinamarca, Alemanha... e não verá nenhuma "Cuba" lá.